100 Startups to Watch: Confira o que dizem nossos farmers do ranking

O ecossistema de empreendedorismo no Brasil está crescendo e amadurecendo cada vez mais. Uma prova disso é o aparecimento de startups de nicho que criam tecnologias para resolver problemas específicos de algum setor, como saúde (healthtechs), seguros (insuretechs), publicidade (adtechs) e agronegócio (agritechs, confira todos os detalhes sobre as oportunidade para esse tipo de startup no nosso post).

Outro resultado do amadurecimento do nosso ecossistema é também o lançamento de rankings e estudos do setor para avaliar as startups brasileiras, como o Levantamento Anual da ABS Startups e o  Panorama das Startups no Brasil, realizado pela Startup Farm em 2016 . Neste mês de abril, foi publicado pela revista PEGN, o  ranking 100 Startups to Watch, que a partir dos critérios: grau de inovação, tração comercial, perfil das equipes e estágio de captação de investimentos das empresas, levantou as 100 startups brasileiras que investidores, aceleradoras e programas de Corporate Venture devem ficar atentos. E nossos farmers mais uma vez marcaram presença! As startups  Beauty Date (Moda e Beleza) , Bynd (Logística), Grão Direto (agronegócio), Owl Docs (Impacto), Rapidoo Factoring Online (Gestão), Scipopulis (Impacto), Netshow.me (Lazer e Turismo) e Social Miner (Marketing) são destaque nos seus setores de atuação.

Para comemorar essa conquista, preparamos esse post à partir de depoimentos exclusivos dos founders Daniel Arcoverde, da Netshow.me; Gustavo Gracitelli, da Bynd; Silvia Valadares, da Owl Docs, além de Fred Marques, CTO da Grão Direto e Letícia Lima, Growth Marketing da Social Miner . Confira um pouco mais sobre a origem da ideia, o negócio e as tendências para o seus mercados de atuação.

Bynd

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Eduardo Almeira, Gustavo Gracitelli (entrevistado) e Leonardo Libório. Foto: Revista PEGN

A Ideia
Gustavo Gracitelli e seu sócio viajaram juntos de carro pelas Américas durante 13 meses, percorreram 19 países e testaram na prática o compartilhamento de carros. Conforme seu relato, a ideia de criar um negócio começou no retorno a São Paulo:
“Começamos a raciocinar sobre o tempo que as pessoas perdiam no trânsito e o dinheiro que as empresas perdiam pagando por transportes particulares para cada funcionário. A partir disso, começamos a desenvolver a ideia que hoje se transformou na Bynd.

O negócio  
Através de uma plataforma digital de caronas corporativas, a Bynd diminui a necessidade de vagas de estacionamento e aumenta o bem estar dos colaboradores, transformando o tempo perdido no trânsito em experiências positivas e networking.
A aceleração na Startup Farm
A Bynd foi acelerada em 2015, e conforme conta Gustavo, a principal contribuição foi introduzir o negócio no universo empreendedor:

“Quando começamos o programa de aceleração em 2015, não tínhamos muita noção do que era empreender. A Startup Farm nos ajudou a entender os modelos e frameworks de uma startup, a  fazer validações. Além disso, nosso CTO foi apresentado pela rede da Farm”

Tendências para a mobilidade corporativa.
De acordo com Gustavo, os gestores das grandes empresas não parecem dar a devida importância ao tema e não sabem mensurar o impacto financeiro do deslocamento dos colaboradores para as empresas. Por isso, tratam a mobilidade de forma descentralizada, por exemplo, como um tema periférico de Recursos Humanos.

Para resolver esse problema de informação das empresas sobre mobilidade, a Bynd vai lançar um Índice de Mobilidade Corporativa no final de 2018, à partir do estudo de caso de 30 a 50 empresas localizadas em capitais. Serão avaliados indicadores como emissão de carbono, segurança e iluminação pública no deslocamento dos colaboradores para o trabalho.
Grão Direto

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Equipe da Grão Direto, recebendo o prêmio do Demo Day do 15º Programa de Aceleração da Startup Farm.

A ideia
Pedro Paiva, um dos founders da Grão Direto, estava gerenciando a revenda agrícola de sua família e, por uma necessidade pontual, precisou realizar uma compra de um caminhão de milho. Foi aí que ele sentiu a dor que muitos nesse mercado sofrem atualmente: falta de informação e de contatos suficientes para garantir uma boa transação.

Nesse momento, Pedro e Alexandre Borges, fizeram diversas validações com os players envolvidos na etapa de comercialização de commodities agrícolas, e de acordo com Fred Marques, CTO da Grão Direto:  “transações de  toneladas de grãos eram gerenciadas através do telefone e de um caderninho de contatos”. A partir disso, os founders tiveram a ideia de agregar a tecnologia no gerenciamento dessas transações e deram início a Grão Direto.

O negócio
Plataforma marketplace que conecta produtores e compradores de grão. É possível verificar a reputação do produtor, o mercado que ele atende e o clima da região.

A aceleração na Startup Farm
Durante o programa, a Startup validou algumas hipóteses, como:

  • o produtor rural possui Internet e usaria seu celular para negociar seus grãos.

  • empresas do agronegócio divulgariam suas necessidades de compra em meio digital.  

  • produtores e compradores sentem falta de informações mais precisas e tempestivas deste mercado.

Outro ganho importante do programa para a Grão Direto, conforme relata Fred, foi “o contato com muitos mentores interessantes, alguns que inclusive continuaram a nos ajudar mesmo após o fim do programa. Por fim, o processo de aceleração nos permitiu conhecer grandes empreendedores, alguns foram nossos colegas no programa. Essa rede de contatos e amigos é muito rica, e temos orgulho de ver várias das empresas que lá estavam, batalhando num pitch ou fazendo um canvas, alçando vôos muito altos hoje em dia.”

Principais tendências do setor de comercialização de commodities agrícolas
Fred acredita que no Brasil este setor terá uma revolução muito rápida, com a  utilização de contratos digitais; meios eletrônicos de pagamento; obtenção, tratamento e disponibilização de informações; inteligência artificial; dentre outras ferramentas, que já são parte da realidade em alguns países, onde startups lideram a modernização deste setor.

Netshow.me

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Daniel Arcoverde e Rafael Belmonte, founders do Netshow.me. Fonte: Jornal do Comércio.

A ideia
De acordo com Daniel Arcoverde, a ideia veio  a partir de um benchmarking internacional: a startup americana Zeitgeist, cujo core business era a venda de ingressos para shows ao vivo 100% online de músicos independentes nos Estados Unidos. Daniel e seu atual sócio Rafael Belmonte entenderam que a ideia tinha potencial no Brasil, pois o país oferecia algumas oportunidades: grande quantidade de músicos e artistas, forte expansão na conectividade de Fibra Ótica e a consolidação do 4G.

A ideia virou um trabalho de uma matéria de tecnologia de informação na faculdade e posteriormente, seu sócio Rafael decidiu utilizar a ideia para seu projeto de TCC. Depois de alguns meses, saíram do fundo de investimento onde trabalhavam para focar suas energias na construção do Netshow.me.

O negócio
O Netshow.me é uma plataforma de transmissões ao vivo que permite que as marcas criem um canal e interajam com seus espectadores, criando novas experiências para seus clientes.

A aceleração na Startup Farm
Farmer do batch SF#09, Daniel conta que o período de aceleração foi de muito aprendizado:  “nos conectamos com os principais agentes do cenário digital que viraram nossos amigos, aprendemos a ouvir, ganhamos maturidade. Sem dúvidas, foi um MBA em 5 semanas que nos abriu portas e ampliou os nossos horizontes.”

Depois do período de aceleração na Startup Farm, a Netshow.me conquistou diversos prêmios nacionais e internacionais, pivotaram o modelo de negócio algumas vezes e finalmente encontraram seu market fit. Porém, Daniel alerta que “Ainda há um caminho longo pela frente, mas mantemos consistência em nosso crescimento. Só em 2017, o Netshow.me cresceu mais de 4 vezes em faturamento. Somos gratos e orgulhosos por sermos Farmers!”.

Principais tendências do setor
Segundo a consultoria Deloitte,o mercado de transmissões ao vivo de eventos é grande e vai gerar USD 545 bilhões em receitas diretas ao longo de 2018 .

Na visão de Daniel, a tendência de médio prazo é que empresas dos mais diferentes setores e portes adotem vídeos ao vivo em suas estratégias de marketing e comunicação. Por isso, ele acredita que a Netshow.me está bem posicionada oferecendo soluções completas que integram tecnologia de ponta para criação de experiências ao vivo e serviços de produção através de sua rede de produtoras treinadas e certificadas.
Owl Docs

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Os founders Bruno Kenj e Silvia Valadares (entrevistada).

A ideia
De acordo com Silvia Valadares, o problema que enxergaram para criar a startup, foi: “as empresas não estavam entendendo como era eminente o risco de ataques digitais, fraudes internas e falta de transparência. A gente queria ter uma plataforma de gestão de conteúdo que fosse simples de usar, sem fricção, colaborativa e, ao mesmo tempo, muito segura.”

O negócio
A Owl Docs é uma plataforma de gestão de documentos corporativos e de governos para atender às atuais necessidades de tecnologia, segurança e proteção de dados. Utilizando Inteligência Artificial, automatiza processos com efetividade, segurança e privacidade de informações.

A aceleração na Startup Farm
Silvia conta duas coisas importantes que aprenderam durante o Ahead IBM Watson:

“ – Pressão para fecharmos negócios, pois mesmo tendo investimento, acreditamos que fluxo de caixa é o rei.

– Resolver os problemas efetivos dos nossos clientes com a  plataforma de A.I. da IBM. A gente queria muito ter essa visão estratégia que, ao nosso ver, vai ser decisivo para a sobrevivência das plataformas de gestão de conteúdo ou  Enterprise Content Management.”

 

Principais tendências do setor
Silvia acredita que existe um problema muito grave de fraude e ataques cibernéticos. Aliado a isso, as empresas estão passando por uma transformação digital. Estes fatos abrem uma oportunidade gigantesca para as empresas que conseguirem atender de forma eficiente, sem fricção. Por isso, a Owl Docs é uma empresa com “uma empresa com mais de 2 milhões de linhas de código, mas com agilidade de startup. Vamos para a casa do cliente entender de fato o problema e solucionar da maneira mais replicável e escalável possível.”, conforme relata Silvia.

Social Miner

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Equipe Social Miner. Fonte: Portal 99 Jobs.

A ideia
Os empreendedores Ricardo Rodrigues e Roger Mattos se conheceram no Peixe Urbano onde trabalharam com alguns projetos de inovação. Ao deixar a empresa, ambos aproveitaram seu conhecimento em Inteligência Artificial e Big Data para criar uma startup , onde tiveram sua primeira experiência no empreendedorismo. Nessa startup, os dois founders adquiriram muitos aprendizados sobre como identificar os interesses de usuários online e aproveitaram esse know-how para lançar a Social Miner.

O negócio
A Social Miner é uma plataforma que ajuda empresas Web a entenderem o perfil e comportamento de seus usuários através de dados coletados em redes sociais e navegação

A aceleração na Startup Farm
De acordo com Letícia Lima, Growth Marketing da Social Miner, o programa contribuiu para acelerar a resolução de problemas, o que não conseguiram fazer na startup anterior. Além disso:

“A troca de experiência com outras startups e uma nova rede de contatos, que já viveram dificuldades parecidas com a nossa, serviu como um guia para que possamos realmente ‘acelerar’ o negócio e as conexões que criamos possibilitaram chegarmos onde chegamos hoje.”, complementa Letícia.

Tendências do setor
Letícia acredita que a Social Miner está inserida num mercado promissor, principalmente no segmento de e-commerce: “O Brasil está entre os top 10 maiores mercados consumidores do mundo e o e-commerce, mesmo com a crise econômica dos últimos anos continuou crescendo acima de 15% ao ano.”

E Letícia acredita que a possibilidade de crescimento é mirando os pequenos negócios:
“Temos milhares de pequenos negócios querendo vender online ( mais de 600 mil realizaram suas vendas pela internet em 2017), por isso acreditamos que podemos ajudar não só grandes marcas, mas também iniciar um movimento para o longtail a médio prazo.”  

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